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Projeto

Através desta investigação, proposta como tese, defendo que as imagens de subalternização de mulheres e crianças afrodescendentes criadas ao longo da história colonialista podem vir a ser enunciações dessubalternizantes quando são frutos de negociações entre interlocutores sociais envolvidos com educação, arte e pesquisa, mais especificamente em Teresina-PI, dentro de um contexto de ensinaraprenderarte. Assim, pretendo analisar as composições produzidas por interlocutores da pesquisa com base na dialogia e na enunciação entre imagens e narrativas afrodiaspóricas vivenciadas em uma oficina. O processo teve as seguintes fases: Visita a museus brasileiros do sudeste para capturar imagens artísticas com figuras de mulheres e crianças afrodescendentes com fotografias e diário de campo; montagem da oficina; oficina com filmagem e gravaçãoo de áudio; transcrição da oficina e continuação do diário de campo; identificar e selecionar as composições produzidas pelos interlocutores da oficina intitulada “Proposições sobre imagens de mulheres e crianças afrodescendentes” através das imagens e narrativas dialogadas e enunciadas nesta; expor essas composições produzidas utilizando como alegoria o ato de trançar e destrançar (por causa de/entre presumidos e acabamentos provisórios e para “abrir” a imagem ao diálogo) na berma das águas do rio (por causa da fluidez e não fixidez das imagens e narrativas); dialogar com essas composições enunciativas sobre imagens de mulheres e crianças afrodescendentes a partir do meu encontro com os/as interlocutoras da oficina, com as/os teóricas/os visitados e com a minha própria história como produção artística proposta na Instalação do primeiro dia da Oficina. A alegoria de (des)trançar na berma do rio tem nas águas uma forte imagem para meu trabalho investigativo e traz alguns elementos que a compõem: o rio – fluxo da vida, da experiência com outras pessoas, espaçotempo de ensinaraprender na Oficina como num encontro griô, que destrança e que também fortalece o que se trança; os fios de cabelo – são as nossas memórias que trançamos à berma das águas do rio e que o rio pode fortalecer e/ou destrançar; o ato de trançar – enunciar, contar, narrar as nossas histórias; as imagens/narrativas – são enunciações, são atos responsivos, éticos e estéticos, são conhecimentos que dessubalternizam uma história única sobre mulheres e crianças afrodescendentes. Metodologicamente me inspiro nas pesquisas que não separam Ensino, Pesquisa e Arte (A/r/tografia). Mikhail Bakhtin (2010a, 2010b, 2011, 2013), Jerges Didi-Huberman (2011, 2012, 2013), Mailsa Passos (2010), Walter Benjamim (1994), Francis Boakari (2010), Anibal Quijano (2000, 2005), Walter Mignolo (2010), Cunha Junior (2010), Belindson Dias & Rita Irwin (2013) e Michel de Certeau (1994) são alguns dos interlocutores teóricos com os quais tento dialogar na perspectiva de enriquecer o estudo. Palavras-chave: Imagem, Narrativa, Mulher e Criança Afrodescendente, A/r/tografia.

Oficina "Proposições sobre Imagens de Mulheres e Crianças Afrodescendentes" como trabalho de campo da pesquisa (21 a 23/10/2015), e Colóquio sobre Pesquisa e Educação (10/11/2015)

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